
Ótimo filme!
"Um elixir cultural para almas sequiosas, este blog: literatura, cinema, história-estória... Uma seleção realizada com tanto esmero e bom gosto que já tornou-se vital a ingestão de goles diários desta rica tela". Comentário ao Post Ventre Feroz
Un pintor nos prometió un cuadro.Jorge Luis Borges. De Elogío de la Sombra, 1969
Il a mis le café
Now the stone house on the lake front is
I am silver and exact. I have no preconceptions.
Investigador Miro trouxe a mulher à minha presença. Foi o marido, disse Miro, desinteressado. Naquela delegacia de subúrbio era comum briga de marido e mulher.
Ela estava com dois dentes partidos na frente, os lábios feridos, o rosto inchado. Marcas nos braços e no pescoço.
Foi o seu marido que fez isso?, perguntei.
Não foi por mal, doutor, eu não quero dar queixa.
Então por que a senhora veio aqui?
Na hora eu fiquei com raiva, mas já passou. Posso ir embora? Não.
Miro suspirou. Deixa a mulher ir embora, disse ele entre dentes.
A senhora sofreu lesões corporais, é um crime de ação pública, independe da sua queixa. Vou enviá-la a exame de corpo delito, eu disse.
Ubiratan é nervoso mas não é má pessoa, ela disse. Por favor, não faz nada com ele.
Eles moravam perto. Decidi ir falar com Ubiratan. Uma vez, em Madureira, eu havia convencido um sujeito a não bater mais na mulher; outros dois, quando trabalhei na Delegacia de Jacarepaguá, também haviam sido persuadidos a tratar a mulher com decência.
Um homem alto e musculoso abriu a porta. Estava de calção, sem camisa. Num canto da sala havia uma barra de aço com pesadas anilhas de ferro e dois halteres pintados de vermelho. Ele devia estar fazendo exercícios quando cheguei. Seus músculos estavam inchados e cobertos por grossa camada de suor. Ele exalava a força espiritual e o orgulho que uma boa saúde e um corpo cheio de músculos dão a certos homens.
Sou da Delegacia, eu disse.
Ah, então ela foi mesmo dar queixa, a idiota, Ubiratan resmungou. Abriu a geladeira, tirou uma lata de cerveja, destampou e começou a beber.
Vai e diz para ela voltar logo para casa senão vai ter.
Acho que você ainda não percebeu o que vim fazer aqui. Vim convidá-lo para depor na Delegacia.
Ubiratan atirou a lata vazia pela janela, pegou a barra de ato e levantou-a sobre a cabeça dez vezes, respirando ruidosamente pela boca, como se fosse uma locomotiva.
Você acha que eu tenho medo da polícia?, ele perguntou, olhando com admiração e carinho os músculos do peito e dos braços.
Não é preciso ter medo. Você vai lá apenas para depor. Ubiratan pegou meu braço e me sacudiu.
Cai fora, tira nojento, você está me irritando.
Tirei o revólver do coldre. Posso processá-lo por desacato, mas não vou fazer isso. Não complique as coisas, venha comigo à Delegacia, em meia hora estará livre, eu disse, calmamente e com delicadeza.
Ubiratan riu. Qual é tua altura, anãozinho?
Um metro e setenta. Vamos embora.
Vou tirar essa merda da sua mão e mijar no cano, anãozinho. Ubiratan contraiu todos os músculos do corpo, como um animal se arrepiando para assustar o outro, e estendeu o braço, a mão aberta para agarrar o meu revólver. Atirei na sua coxa. Ele me olhou atônito.
Olha o que você fez com o meu sartório!, Ubiratan gritou mostrando a própria coxa, você é maluco, o meu sartório!
Sinto muito, eu disse, agora vamos embora senão atiro na outra perna.
Pra onde você vai me levar, anãozinho?
Primeiro para o hospital, depois para a Delegacia.
Isso não vai ficar assim, anãozinho, tenho amigos influentes.
O sangue escorria pela sua perna, pingava no assoalho do carro. Desgraçado, o meu sartório! Sua voz era mais estridente do que a sirene que abria nosso caminho pelas ruas.
Extraído do livro "O Cobrador", de Rubem Fonseca
O mundo meu é pequeno, Senhor.
After graduating from Emory University in Atlanta in 1992, top student and athlete Christopher McCandless abandoned his possessions, gave his entire $24,000 savings account to charity and hitchhiked to Alaska, where he went to live in the wilderness. Four months later, he turned up dead. His diary, letters and two notes found at a remote campsite tell of his desperate effort to survive, apparently stranded by an injury and slowly starving. They also reflect the posturing of a confused young man, raised in affluent Annandale, Va., who self-consciously adopted a Tolstoyan renunciation of wealth and return to nature.
"Eu quero amor feinho.
Demain c’est le jour de l’examen. J’ai un peu peur, mais il faut que je sois tranquille. Que faire? On n’a qu’à attendre. Ils peuvent détruire mon travail, l’argumentation que j’ai bâti pour soutenir ma dissertation. Pourtant, ils peuvent la trouver si bonne que je pourrai même entrer directement au doctorat. Mais je ne veux pas parler de ça. En ce moment, pour oublier la tension, je trouve que c’est mieux de parler du dernier Almodóvar que j’ai vu: Todo sobre mi madre. Merveilleux, fascinant, intrigant, l’univers almodoverien. Almodóvar montre que les labels masculin et féminin n’existent pas comme la société les a imposés aux êtres humains. Dans le film, il y a un jeune garçon qui veut connâitre l’histoire de son père. Ce père était un homme, mais qui, maintenant, est un transexuel qui s’appelle Lola. Même en étant comme ça Lola a fait l’amour avec une jeune fille qui est devenue enceinte. Au même temps il lui a transmit le VIH. Dans cette histoire il y a aussi une actrisse qui aime les femmes. À la fin, sa copine l’abandone pour se marier avec un homme. On ne peut pas oublier du jeune acteur qui demande à Agrado, un autre transexuel, de le caresser, et qui ne s’est même pas questionné devant le fait d’Agrado avoir un pénis. Il s’agit d’un film où les rôles définis n’existent pas et où les personnes vivent comme elles sont. C’est beaux ça.